A constituição dos monumentos fúnebres: uma reflexão dos conceitos de trauma, tabu e angústia com base na escultura de uma carpideira
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v6i2.323Palavras-chave:
monumento fúnebre; trauma; tabu; angústia.Resumo
Este trabalho discute as questões que permeiam a constituição dos monumentos fúnebres, entendidos como uma manifestação cultural formada e legitimada constantemente por intermédio do trauma e do tabu sobre a morte, e que, por conseguinte, possuem em sua essência o que entendemos como evidência de angústia. O procedimento metodológico aplicado é o estudo de caso, pois será analisado o monumento escultórico de uma carpideira segundo a lógica em que um sujeito ou objeto nos permite uma reflexão do corpo social avaliado. O trabalho desenvolve-se da seguinte maneira: primeiramente, discorreremos sobre o conceito de monumento, sua formação física e como esta permite o diálogo entre a memória e a morte. Na sequência, refletiremos sobre os conceitos de trauma, tabu e angústia, vistos como uma tríade que molda a subjetividade inerente à existência dos monumentos escultóricos. Por fim, analisaremos um monumento escultórico localizado no Cemitério de São João Batista em Botafogo, Rio de Janeiro. A reflexão conceitual, em consonância com a metodologia do estudo de caso, demonstra o quanto os monumentos escultóricos, desde a sua edificação até a sua constante manutenção pela sociedade, refletem a mentalidade sobre a morte por intermédio de um entrelaçamento entre a cultura, a arte, a memória, ou seja, de aspectos que nos moldam, o que nos faz pensar nos monumentos como “espelhos da sociedade”.