Microbiologia e descontaminação de escovas dentais de pacientes oncopediátricos
DOI:
https://doi.org/10.21726/rsbo.v21i1.2342Palavras-chave:
microbiologia; descontaminação; oncologia.Resumo
O paciente oncológico pode apresentar comprometimento da imunidade em decorrência da doença e/ou dos efeitos colaterais do tratamento, sendo a cavidade bucal uma potencial porta de entrada de microrganismos, os quais poderiam estar alojados nas escovas dentais. Objetivo: Realizar um estudo microbiológico da cavidade oral de crianças internadas para tratamento antineoplásico e determinar a melhor forma de desinfecção de escovas dentais. Material e métodos: Após 10 dias de uso, realizou-se a incubação da escova dental em caldo Brain Heart Infusion (BHI), em estufa a 37ºC, durante 24 horas, e depois a inoculação em placas de ágar sangue, MacConkey e Sabouraud. Após identificação da microbiota utilizaram-se gluconato de clorexidina 0,12% e hipoclorito de sódio 2,5% para descontaminação. Resultados: Das 20 escovas analisadas, uma evidenciou crescimento microbiano com aspecto macroscópico de P. aeruginosa e S aureus, não sendo totalmente descontaminada por clorexidina 0,12% e hipoclorito de sódio 2,5%. Ademais, 95% das escovas estavam úmidas ao serem coletadas, 55% apresentavam restos de pasta de dente e 45% restos de alimento. A maior parte das escovas foi descontaminada com hipoclorito de sódio 2,5% e clorexidina 0,12%, entretanto a escova que apresentou crescimento concomitante de P. aeruginosa e S. aureus não foi descontaminada pelas substâncias químicas utilizadas. Conclusão: De modo geral, o hipoclorito de sódio 2,5% exerceu papel predominante na descontaminação das escovas em comparação a clorexidina 0,12%, com exceção da escova que apresentou associação de P. aeruginosa e S. aureus.